Alguns de nós não reparam na existência de outros. Não é nem justo nem inteligente. As nossas pressas e problemas não justificam que sejamos tão egoístas que nos julguemos os únicos merecedores da nossa atenção. Bem pelo contrário, mal está quem cuida apenas de si, quem deixa o seu próximo sem um simples olhar de reconhecimento que faria a diferença entre a alegria e a tristeza.
Cada um de nós é uma história e, por mais pobre que seja, não deixa de ter um valor absoluto. Todos temos a mesma dignidade, que não se perde quando a vida nos corre mal, quando os outros nos amachucam, nem, tão-pouco, quando nós mesmos nos consideramos indignos, ou cometemos um crime qualquer.
Ninguém merece que a sua vida seja indiferente a outro, ninguém.
Alguns impõem-se aos outros, fazem-se notar, são capazes de muito para conseguir o tempo e a admiração dos outros. Outros vivem a um nível mais profundo, longe das aparências e das superficialidades. A sua confiança busca o que os outros são, não o que têm os outros ou em que situação se encontram.
Depois há quem se recuse a ver aqueles que considera insignificantes. Mas é essa sua decisão é, por si só, a prova evidente da cegueira do seu espírito.
Outros, os que são capazes de escutar o que o silêncio lhes diz, são os mesmo que nos veem alma só de nos olhar nos olhos.
Reconheces-te como necessitado de aprender aquilo que o tempo já ensinou a quem tu nem reparas que existe?
És capaz de compreender que dentro de cada pessoa à tua volta há uma vida inteira?
Já encontraste a sabedoria que te pode ajudar a ser feliz? Talvez a descubras no encontro com os invisíveis com que te cruzas todos os dias. Experimenta aproximares-te e dizer-lhes bom dia… espera um pouco e escuta-os sem pressa… se precisarem de algo que tu possas dar, dá. Talvez assim descubras a verdade que tens buscado.
Fonte: Imissio (José Luís Nunes Martins)