Face aos sofrimentos próprios da existência importa que não fujamos, nem os suportemos apenas como se fossem justos. Não são. O que há a fazer é não desistir de os ultrapassar, a fim de prosseguirmos o nosso caminho.
Quando carregamos a nossa cruz e algo nos faz tropeçar, caímos e a cruz cai sobre nós… mas, se é bom parar um pouco, é essencial que nos levantemos de novo, porque o céu não é no chão.
Estamos todos de passagem neste mundo. Todos carregamos problemas duradouros e enfrentamos adversidades inesperadas. E quase sempre aqueles que muito se queixam não são os mais castigados… antes sim os que procuram quem os ajude, enquanto também tentam justificar-se para não terem de ajudar ninguém.
Os ombros fortalecem-se à medida que são forçados a suportar as contrariedades. E é isso mesmo que devemos sempre pedir: mais força, ombros mais fortes, em vez de cruzes mais leves ou até uma vida sem fardos.
Ser feliz é o resultado de aprender a caminhar neste mundo com uma cruz às costas, mas agradecendo a força que nos eleva e leva para diante a cada momento de maior fraqueza. Ser feliz é ser grato por esta vida, apesar de tudo.
Escutar o outro, estar atento, socorrê-lo e até ajudá-lo a levar a sua cruz durante uma etapa mais curta ou mais longa: eis o segredo que dá sentido à nossa vida.
Cada um de nós é do tamanho das dores que o seu próprio coração alberga. É sempre e só na desgraça que nos revelamos tal como somos, a nós, aos outros e ao céu.
Tal como nos lendários mapas do tesouro, é a cruz que assinala o local para onde nos devemos dirigir.
Mantém-te firme e ama por mais pesada que seja a tua cruz.Faz parte da felicidade suportar os golpes do mal e, ainda assim, ganhar o combate.
O amor é uma arma contra o mal. E, porque amar é o único caminho para a felicidade, então só enfrentando o mal chegaremos a encher a nossa alma da vida que não tem fim.
Fonte: Imissio (José Luís Nunes Martins)