A igreja, a Praceta de São Pedro e o porto de pesca são os lugares de sacralidade da Afurada. A Praceta de São Pedro é um espaço referencial de memória, outrora ocupado pela primeira capela da Afurada. No contexto urbano tem uma forte carga simbólica. É pontuada pela imagem do santo padroeiro que recorda a pré-existência da capela. A atual igreja paroquial, implantada na cota média da freguesia, surge da necessidade de ampliar o espaço de culto e resulta do aproveitamento da estrutura arquitetónica de uma fábrica inativa. O porto de pesca funciona como elemento unificador da Afurada. Para lá do seu caráter funcional ligado à atividade piscatória, assume-se como um lugar de devoção. Aqui ocorre anualmente a bênção das embarcações, no final da procissão de São Pedro, o que reforça a importância da devoção ao santo padroeiro e a sua ligação à atividade piscatória dominante na comunidade.
Capela São Pedro
A primeira Capela da Afurada, dedicada a São Pedro, foi construída entre 1894 e 1908 e resultou da ação de João José de Almeida.
A 23 de dezembro de 1909, a Capela de São Pedro da Afurada foi parcialmente destruída com o embate e naufrágio da Barca América.
Após as cheias de dezembro de 1909, a Capela de São Pedro foi reconstruída no mesmo local.
A opção pela edificação de uma nova igreja num local mais elevado, determinou a demolição da capela em 1969, o que gerou um sentimento de perda no seio da comunidade.
Apreço, afetividade e reconhecimento são as palavras que se destacam no discurso do afuradense Carlos Marques sobre a primeira capela.
Para assinalar a sacralidade do lugar foi colocada, em 1969, uma imagem de São Pedro sobre um pedestal de granito.
Igreja São Pedro
A autorização para a construção de uma igreja paroquial para Afurada foi concedida, em 1951, pelo bispo do Porto D. Agostinho de Jesus e Sousa.
A obra foi assumida como tema de exame final dos alunos da Escola de Belas Artes do Porto e o projeto final resultou das soluções apresentadas pelos melhores trabalhos.
O arquiteto escolhido para a readaptação do anterior edifício na nova igreja paroquial da Afurada foi Carlos Ramos, então Diretor da Escola de Belas Artes do Porto.
Começaram as obras da Igreja, com dois aspetos que merecem atenção. Um dos aspetos refere-se à escolha do sítio para a nova igreja. A primeira hipótese colocada foi a de implementar a nova igreja frente à Casa dos Pescadores, e a segunda, a de propor a sua localização na praça, onde estavam os varais, o que não foi autorizado pelo presidente do município. Como solução de recurso, é decidido o aproveitamento do edifício da antiga fábrica de guano (depois fábrica de mica), que, entretanto, tinha sido adquirida pela Junta Central das Casas dos Pescadores.
O corpo do edifício existente no local é aproveitado, mantendo-se a sua estrutura parietal e o madeiramento da cobertura, alteado o suficiente para permitir a inserção de aberturas, acima da linha das paredes. O coro, o altar e o trono são realizados de novo. Havia a intenção de construir uma torre sineira no alto das arribas, que projetaria a sua presença no espaço do estuário do rio e do território do interior rural, como marca eminente – uma espécie de versão não figurada, que evocava, ao nível do conceito, a obra de Cristo-Rei, em Almada. Porém, a ideia não chega a ser concretizada. A torre ergue-se junto da igreja, numa versão menos salientada na paisagem.
A primeira pedra da igreja paroquial foi benzida a 22 de abril de 1954.
A igreja, a Praceta de São Pedro e o porto de pesca são os lugares de sacralidade da Afurada. A Praceta de São Pedro é um espaço referencial de memória, outrora ocupado pela primeira capela da Afurada. No contexto urbano tem uma forte carga simbólica. É pontuada pela imagem do santo padroeiro que recorda a pré-existência da capela. A atual igreja paroquial, implantada na cota média da freguesia, surge da necessidade de ampliar o espaço de culto e resulta do aproveitamento da estrutura arquitetónica de uma fábrica inativa. O porto de pesca funciona como elemento unificador da Afurada. Para lá do seu caráter funcional ligado à atividade piscatória, assume-se como um lugar de devoção. Aqui ocorre anualmente a bênção das embarcações, no final da procissão de São Pedro, o que reforça a importância da devoção ao santo padroeiro e a sua ligação à atividade piscatória dominante na comunidade.
A Igreja foi inaugurada em 10 julho de 1955, precedida de uma majestosa procissão fluvial, da Ribeira para a Afurada, a que presidiu D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto.
Desprovida de grande decoração, destacam-se as imagens executadas pelo Escultor Altino Maia, bem como o crucifixo e a Via Sacra.
As esculturas chegaram à Afurada por barco, numa celebração impotente, sendo transportadas de uma margem para a outra por embarcações de pesca.
No ano de 2021, com o intuito de conferir uma maior dignidade ao edifício, este tem sido alvo de obras de requalificação.
Salão Paroquial São Pedro
Futura Igreja São Pedro
Projeto da obra do Arquiteto Álvaro Siza Vieira.
EM CONSTRUÇÃO