“Não nos ardia o coração quando Ele nos falava pelo caminho
e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24, 32).
Senhor,
Obrigada por abrasares o meu coração com as tuas palavras
E por este tempo que me concedes
Para gerá-las no meu seio e, a seguir,
Encarná-las no concreto da minha vida.
Nem sempre, como os discípulos de Emaús, reconheço a tua presença
Porque há momentos em que também os meus olhos
Estão impedidos de ver com o coração.
Talvez sejam esses os momentos
Em que te impeço de seres quem és
Porque quero que sejas um Deus criado por mim;
Um Deus que encaixe nos meus propósitos,
Por mais longe que eles estejam da tua vontade.
Caminha comigo até Emaús para despertar em mim
A grata memória da Palavra que se fez carne
E que na cruz se entregou e morreu por mim.
Revela-me a tua presença
E ensina-me a desejar-te na tua plena liberdade.
Cura-me da minha cegueira espiritual que me impede
De viver o mistério da Ressurreição
Como um convite a uma gratuidade maior.
Ensina-me a acolher o teu sofrimento redentor
Como luz para todas as agruras da vida.
Dá-me, Senhor, a graça de uma fé fervorosa e abrasadora;
De uma esperança enxertada na Palavra encarnada e crucificada,
Que entrou na glória da Ressurreição (cf. Lc 24, 26);
E de uma caridade desmesuradamente generosa.
Obrigada, Senhor, por ficares comigo (cf. Lc 24, 29)
E por te dares a conhecer, ao partir do pão (cf. Lc 24, 35),
Sinal de comunhão e amor que te torna
Realmente presente em cada Eucaristia.
Fonte | IMISSIO